6.7.12

Sempre odiou o teatro. Não odeia mais?

Fotos Isabel Santana Terron
Na conversa da primeira Mostra de Processos com alunos e professores do curso de Artes Cênicas e Dança da UEMS (obrigada pela troca, pessoal, mesmo), uma observação sobre o olhar dos bailarinos deu pano pra manga em um assunto sobre a expressividade das linguagens dança e teatro. Chegamos na ideia do "teatral demais" para a dança ou "dançado demais" para o teatro, e na minha opinião a Aline Duenha amarrou o assunto chegando no equilíbrio: a cabeça faz parte do corpo, não dá pra travar uma intenção no pescoço (e isso não é igual a exagero). 


Daí que eu lembrei desse texto publicado na revista Bravo! de junho: "Sempre odiei o teatro. Não odeio mais?", relato do escritor Joca Reiners sobre a sua experiência com o teatro Vertigem. Não se trata sobre as diferenças entre teatro e dança - aliás, aborda a diferença sobre ser um escritor ou ser um ator - ele fala sobre estar em cena, e até mistura a ideia de ator e dançarino, citando o conto alemão Teatro de Marionetes, de Heinrich von Kleist: “A afetação aparece quando a alma encontra-se em qualquer outro ponto que não seja o centro de gravidade do movimento”. 


Chegar neste lugar da desafetação é um desafio para dançarinos e atores - e para qualquer outra pessoa também, oras bolas. A afetação, penso eu, pode vir também do medo de ser afetado, a tentativa da neutralidade que discutimos: tentar "não ser" ou "não estar" é também um abuso sobre o acontecimento (cênico ou não). 


Quem quiser se deliciar com o texto, vá lá: http://bravonline.abril.com.br/materia/sempre-odiei-teatro-nao-odeio-mais#image=178-td-vertigem-3

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