14.6.09

Permissão para homenagem


Olá pessoal (Gingas e simpatizantes...):

Peço permissão para prestar uma homenagem a uma pessoa que, em vida, foi incentivadora das artes, da dança e da companhia. Trata-se de minha avó Djanira Garcia Leoni, que faleceu recentemente (12 de junho). Lembro muito bem, da vez que não tínhamos como ir para São Paulo, participar de uma Noite de Gala do ENDA (Encontro Nacional de Dança, lembra Chico?) e ela pagou o nosso transporte, pra gente se apresentar no Teatro Municipal de São Paulo (inesquecível pra quem foi).

Bem, fica a lembrança e esse poema abaixo escrito pelo Zé (meu companhaneiro) e seu neto adotivo. Renata Leoni
Inventário da Vó Nira
"Ficou uma velhinha bonita", disse dela o filho, recolhendo o melhor
Da última memória. "E altiva", também, porque assim sempre fora:
Espigada, vera, a palavra afiada:
Ou cortava os laços de sua caixa de prendas,
Ou cortava os laços de amizades tíbias.
Lá se foi Djanira, nas asas do tempo,
Dera de ouvir vozes de sua alvorada
Ficou a Vó Nira, ficaram suas tralhas,
Brinquedos, bisnetos, receitas de doces,
Versos, ditos, risos, piadas inocentes.
Ficou também um inventário, um livro da vida, no qual relaciona todo o seu tesouro:
Filho, filha, nora, netos, pais e irmãos, a sua família,
À qual chama, modesta, de "Ser Djanira".
No seu inventário, sobretudo, chora a perda do marido,
Com o qual achou pouco viver só uma vida.
Em memória de Djanira Garcia Leoni, 95 anos, poetisa antiga de recente
edição, que veio a desfalecer de amor em definitivo no dia dos namorados, 12 de
Junho de 2009, do seu neto adotivo
José Carlos Gomes

3 comentários:

  1. À neta da Dona Djanira:

    Boa tarde,

    Preciso dizer duas coisas:

    1.Ontem, 04/09, tive o meu primeiro contato com a poesia de Dona Djanira. Fui tomado por um sentimento profundamente agradável por estar diante de palavras tão lúcidas. Esse fato ocorreu quando eu li uma poesia: Mais uma Vez Solidão, escrita por ela e publicada no jornal literário Arauto (nº. 106, 06/09). Escrevo algumas poesias e contos e, quando li aquelas palavras, pensei no quanto seria legal poder trocar umas idéias com ela. Hoje resolvi pesquisar na internet.

    2.Pesquisando, tenho como primeira e triste noticia que ela já não está mais entre nós. A primeira reação seria ficar triste, mas, pensando em como ela foi iluminada, reconforta o fato de saber que ela tenha existido por mais de 90 anos. Sua iluminação está no fato de ter encantado tantas pessoas em vida e, depois de ter partido, encantar um desconhecido.

    Deveria deixar meus pêsames, mas não vejo motivo... Há pessoas que se eternizam.

    Um abraço.

    Raimundo. rai67ps@bol.com.br

    ResponderExcluir
  2. Caro José Carlos Gomes,
    preciso falar contigo. Sou professor da Unicamp, meu nome é Ely Paiva. Estou escrevendo um livro pelo IHGMS sobre os pioneiros de Coxim, MS, e queria muito obter uma cópia do livro que D. Djanira escreveu pouco tempo antes de falecer, onde conta a sua origem na Fazenda Esperança (construída pelo bisavô de minha esposa, Jean Serrou Camy). Por favor, gostaria de entrar em contato com voces.
    um abraço, Ely Paiva.

    ResponderExcluir
  3. esqueci de colocar meu email: elypaiva@fem.unicamp.br

    ResponderExcluir